Mayara, enfermeira obstetra e influenciadora digital, e seu companheiro Erick adotaram três irmãos há pouco mais de um ano: dois meninos de 10 e 8 anos e uma menina de 5 anos. Um vídeo da adoção publicado nas redes sociais alcançou quase 10 milhões de visualizações, mostrando a rotina da família.
A denúncia partiu da escola particular do menino de 10 anos, onde professores notaram hematomas, fraturas e inchaço na testa da criança. O menino usava roupas de manga longa mesmo em dias quentes, cobria a cabeça com capuz e pedia comida aos colegas, alegando fome. Ele relatou agressões com raquete que deixaram feridas recentes e cicatrizes antigas, além de mãos vermelhas.
A direção da escola reuniu um dossiê com fotos das lesões e constatou diferença nos lanches das crianças: o do menino de 8 anos era nutritivo e bem organizado, já o do garoto de 10 anos consistia em pão seco dentro de um saco plástico. Após reunião com os pais, o menino contou que os castigos pioraram, sendo obrigado a passar noites ajoelhado, de roupa íntima, trancado em um escritório, com os braços levantados e vigiado por câmeras. Ele ficou até 15 dias sem banho e sem alimentação adequada, e a mãe colocava meia em sua boca para limitar seus movimentos, prejudicando o frênulo da língua.
O menino de 10 anos foi o principal alvo das agressões, enquanto a mãe tentava incentivar o irmão de 8 anos a agredi-lo com raquete, sem sucesso.
O Conselho Tutelar e a Guarda Civil foram acionados pela escola, e Mayara e Erick foram presos em flagrante. As crianças foram afastadas do casal e levadas a um abrigo institucional, onde seguirão estudando na mesma escola, conforme pedido da direção.
De acordo com o boletim de ocorrência, o casal responderá por maus-tratos, crime caracterizado como ação intencional para corrigir comportamento. A investigação aponta que o menino de 10 anos sofria violência sistemática.
Fonte: Record
